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Como a camiseta branca básica pode ser tão Rock’n’Roll?

 Como a camiseta branca básica pode ser tão Rock’n’Roll?

Antes de ser moda e ícone, a camiseta branca era só algodão e anonimato.

Por: Rafaella Rondelli

05/11/2025





Foi um trompetista de jazz quem plantou a semente da revolução. Chet Baker já fazia da camiseta branca uma peça-chave do seu guarda-roupa nos anos 40 e 50, e a usava como peça externa nos momentos de folga. No universo do Cool Jazz (um estilo de jazz mais suave e mais lento), a camiseta branca traduzia uma vida despretensiosa e autêntica, um estilo que, aos poucos, começava a sair do palco e ganhar as ruas.



Chet Baker, década de 40


Só para uso interno!

No começo, a camiseta branca básica era praticamente uma roupa íntima! No final do século 19, a camiseta branca era uma simples peça de algodão, sem botões, feita para ser a roupa de baixo (undershirt).

Detalhe, tinha a função de criar uma barreira de conforto e higiene, para proteger a pele dos tecidos ásperos das roupas de trabalho e poupar os trajes externos que eram caros e difíceis de lavar!

Foi nesse ambiente de trabalho pesado que os operários, mineiros e fazendeiros nos EUA, sufocados pelo calor, começaram a tirar a camisa social e trabalhar apenas de camiseta branca. Era prático, maaas ainda não era de bom tom andar por aí só com ela…

A virada da camiseta branca veio com a II Guerra Mundial, onde os soldados descobriram na peça um alívio de leveza e praticidade. Quando voltaram para casa, trouxeram junto o hábito de usar conforto à mostra. Sem querer, arrastaram a camiseta do anonimato direto para o espaço público. O que antes ficava só embaixo do uniforme, “jogaram para o universo” e aos poucos começaram a aparecer por aí só de camiseta branca!


E quando o básico virou ícone?

A virada decisiva aconteceu nas telas do cinema dos anos 50. Em “Um Bonde Chamado Desejo” (1951), Marlon Brando vestiu a camiseta branca como uma segunda pele. Não era mais uma roupa de baixo, era a personificação de uma masculinidade crua e rebelde que desafiava o sonho americano perfeito.

Pouco depois, em “Juventude Transviada” (1955), James Dean transformou a peça no uniforme definitivo da angústia e da rebeldia juvenil. No corpo de Jim Stark, a camiseta branca sob a jaqueta vermelha virou um símbolo de conflito interno, a tensão entre o desejo de explosão e a repressão da época.

Juntos, Brando e Dean elevaram a camiseta branca básica de peça utilitária a manifesto visual. Do anonimato ao mito, ela virou símbolo de liberdade contra a rigidez do pós-guerra. E, foi nesse mesmo clima de inquietação e rebeldia que o rock veio com força — a trilha sonora perfeita pra esse novo tipo de herói, suado, imperfeito e livre.



Marlon Brando em “Um Bonde Chamado Desejo” (1951) / James Dean em "Juventude Transviada” (1955) - Crédito: Divulgação


E cadê o rock?!

A camiseta branca já era atitude e sinal de liberdade — do cool jazz às telas com Marlon Brando e James Dean, o figurino sexy da subversão… mas foi com o rock’n’roll que a história mudou de frequência. Nos anos 1950, a nova geração se recusava a seguir o script rígido dos pais, exigindo voz e tornando-se o novo modelo de comportamento a ser imitado. Misturando blues, country e gospel, o novo som ecoava com guitarras em volume alto e uma energia que ninguém sabia conter.

Nesse cenário, Elvis Presley surgiu elétrico e sensual, transformando o rock em linguagem universal ao lado de Chuck Berry e Jerry Lee Lewis. O rock unia o que a América segregava: jovens brancos e negros dançando o mesmo ritmo. Eddie Cochran, Carl Perkins e Gene Vincent também adotaram essa sintonia entre som, estilo e atitude: microfone em uma mão, guitarra na outra e o uniforme de jeans, topete e camiseta branca.




Elvis Presley e Gene Vincent, década de 50. Crédito: Reprodução Pinterest


Essa estética de resistência nasceu na cultura Greaser dos anos 1950. A camiseta branca, simples e acessível, era o gesto de desafio da juventude trabalhadora contra o moralismo, o terno e a formalidade do pós-guerra.

Se Brando e Dean eternizaram o básico nas telas, o rock o levou para vida real. A camiseta branca virou presença obrigatória em ensaios e palcos — um código de autenticidade, elo vivo entre o palco, o cinema e a rua. A partir daí, o conceito de vestir informal se cimentou na moda.


O filme Grease (1978) eternizou o visual “Greaser” dos anos 1950 - Crédito: Reprodução / Adoro Cinema


Nos anos 60, a camiseta branca se tornou a declaração visual do movimento antissistema. Contra a formalidade dos ternos, vestiu ícones como Bob Dylan, símbolo de uma simplicidade radical.

Os anos 70 reforçaram esse espírito. Enquanto o glam rock brilhava, a camiseta branca permanecia como emblema de autenticidade. Era o uniforme do herói da classe trabalhadora em Bruce Springsteen e o gesto de paz silencioso de John Lennon, mostrando que a verdadeira atitude rock vinha da honestidade, não do excesso.


Bruce Springsteen, Born to Run (1975) - Crédito: Divulgação


O punk nasceu em dois solos distintos, Nova York e Londres, e a camiseta branca foi a tela de ambos.

No lendário CBGB, templo do underground nova-iorquino, Patti Smith usava a camiseta branca como uniforme de liberdade: simples, andrógina, intelectual. Entre poesia e microfone, transformou a peça em símbolo de arte — mais próxima da literatura do que da moda. Enquanto isso, os Ramones faziam do uniforme de jeans, jaqueta de couro e camiseta branca um símbolo de autenticidade crua: menos pose, mais atitude.



Patti Smith em NYC (1971). Crédito: David Gahr / Ramones na década de 70 - Crédito: Instagram @ramones


Do outro lado do Atlântico, o punk britânico era puro confronto. Sex Pistols e The Clash adotaram a camiseta branca como matéria-prima do “faça você mesmo”. Rasgada e distorcida, virou manifesto anárquico contra a indústria do espetáculo, provando que a moda pode nascer do gesto, não de uma etiqueta de luxo.

A estilista Vivienne Westwood, a “Rainha do Punk”, levou o espírito de rua para a vitrine, exibindo camisetas brancas com cortes irregulares e rasgos estratégicos. Era a prova de que uma simples camiseta podia ser política, arte e protesto ao mesmo tempo.



The Clash, Londres, fim dos anos 70 - Crédito: Don Letts


Nos anos 80, em meio aos exageros do new wave, a camiseta branca manteve sua essência. Bandas de pop rock como o A-ha equilibraram emoção e simplicidade, a imagem que virou quase um arquétipo do pop oitentista, romântico e contido. O básico virou contraponto ao excesso e continuou traduzindo rebeldia — agora mais contida, mas ainda cheia de atitude.

Na década de 90, o grunge fez do descuido um símbolo. Camiseta branca, jeans rasgado e nenhum esforço. Nirvana, Pearl Jam e Hole criaram o “tanto faz” mais calculado da história.


A-Ha na década de 80 - Crédito: Divulgação


Na virada do século, a peça seguiu como uniforme da liberdade. De Arctic Monkeys a The Strokes, a camiseta branca voltou aos palcos e às ruas com o mesmo espírito despretensioso. Quase todo mundo tinha uma. Básica, leve, sem frescura. Continuava sendo o gesto mais ousado que alguém podia vestir.


The Strokes, Nova York, início dos anos 2000 - Crédito: The Fader


E hoje?

A influência é de mão dupla: artistas levam a camiseta ao palco, a moda devolve para a rua.

A série premiada “The Bear” ressuscitou o fetiche da camiseta lisa — sem logo, sem truque, só a melancolia do personagem e um bom design. Carmy Berzatto, interpretado por Jeremy Allen White, virou o novo Marlon Brando, só que com faca na mão e crise existencial no olhar.

Nos palcos, Dave Grohl mantém vivo o legado do rock direto, autêntico e sem pose.

Mike Ness, do Social Distortion, segue o mesmo caminho: décadas depois, ainda de camiseta branca e guitarra no peito, prova de que a rebeldia também pode amadurecer sem perder o pulso.

A camiseta branca lisa Nasceu no chão de fábrica, foi rebeldia, virou luxo e hoje é consciência. Sobreviveu a tudo sem mudar quase nada.

Do rock à cozinha, do palco à rua, a camiseta branca segue firme: a peça mais democrática do guarda-roupa.


O personagem Carmy Berzatto, Dave Grohl e Mike Ness: do caos da cozinha ao palco do rock, a camiseta branca segue firme, simples e poderosa - Crédito: Star+ Divulgação / Wikimedia Commons / Instagram @socialdistortion


E pra terminar… e deixar claro também

Embora seja um pilar visual importante, a camiseta branca nunca foi o único símbolo do rock.

Ela divide o palco com a jaqueta de couro, com o preto (a cor mais icônica do rock) e com a camisa xadrez, mas sua força está justamente no oposto do excesso: a camiseta branca lisa é a tela em branco da rebeldia.

Sua simplicidade democrática e a ausência de um significado fixo permitem que ela seja reinventada a cada geração.

É por isso que, mesmo nascendo como roupa de baixo, virou ícone — a prova de que o básico, longe de ser neutro, pode ser uma das atitudes mais poderosas e mais rock’n’roll que alguém pode vestir. 


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